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Subir de joelhos, de costas ou engatinhando: tradição se mantém há 120 anos.

Morro Nossa Senhora da Conceição tradição de fé

Por: Profº Nicanor Fonte: FolhaPE
08/12/2024 às 19h07 Atualizada em 09/12/2024 às 12h57
Subir de joelhos, de costas ou engatinhando: tradição se mantém há 120 anos.
reprodução

Neste domingo (8), o Morro da Conceição foi palco de uma grande demonstração de devoção. Milhares de pessoas subiram a escadaria, enfrentando o calor e a multidão, para expressar gratidão e cumprir promessas feitas à Nossa Senhora da Conceição.    

 Crianças foram trazidas para receber bênçãos, velas foram acesas em orações silenciosas. A devoção também se manifesta em atos de sacrifício: muitos manifestaram sua fé subindo de joelhos, de costas, engatinhando ou carregando tijolos na cabeça.  

 Morador do Ibura, Antony Cauã, de 18 anos, subiu o morro engatinhando. Segundo conta, a promessa está ligada ao sonho, herdado de sua avó, de cuidar de um terreiro. 

 “Era uma tradição de família dar continuidade, mas, de uns anos para cá, minha família não estava com condições. Prometi que, se eu conseguisse abrir o terreiro, iria subir engatinhando todos os anos. Esse é o meu terceiro ano”, relatou, orgulhoso por honrar a memória da avó.  

 Erick Rodrigues, enfermeiro de 21 anos e morador de Gravatá, relembrou o momento em que prometeu sua devoção à santa.  

 “Há seis anos fui diagnosticado com câncer de pele, estava com dois tumores malignos. Quando comecei a quimioterapia, fiz essa promessa para Nossa Senhora, que, se eu me curasse, subiria todos os anos enquanto tivesse vivo. Depois disso, em menos de um ano, o câncer sumiu de uma maneira inexplicável, só pode ter sido um milagre”, declarou.  

 Para muitos, a devoção também se traduz em ações concretas, como ajudar voluntariamente nas atividades do evento. Antônio Carlos, de 50 anos, visivelmente emocionado, contou como a fé o acompanhou na superação de tempos difíceis.  

 Antigamente, eu tinha uma casa, uma palafita na verdade, na beira da maré, e sempre alagava. Uma vez tive que subir para a parte do telhado com meu pai acamado. Uns sete anos atrás, consegui financiar uma casinha linda de alvenaria, no bairro de Campo Grande. E para agradecer todos os anos venho como voluntário, ajudo nas barraquinhas. Este ano, estou vindo todos os dias desde o dia 27. É muito importante para mim”, disse Antônio. 

 

 Luane Azevedo, de 42 anos, também participou da celebração ao lado de sua família. Vestidos de azul, ela e seus três filhos subiram o morro como parte de uma promessa que fez há mais de 13 anos, quando enfrentou um diagnóstico desafiador. 

 Quando eu tive minha primeira filha, recebi o diagnóstico de que não poderia ter mais filhos. Fiz uma promessa para Nossa Senhora junto com os três arcanjos, Rafael, Gabriel e Miguel, de que, se eu tivesse mais filhos, subiria todos os anos de azul até eles completarem 15 anos. Depois disso, tive três filhos, e acredito que isso foi um milagre muito grande. Por isso, todos os anos estamos aqui cumprindo essa promessa”, contou emocionada. 

 

 

 

 

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