Um subsecretário da Secretaria de Administração Penitenciária do Rio de Janeiro ( Seap-RJ) e três inspetores foram afastados pela Justiça após serem investigados por suposta extorsão a detentos. A decisão foi tomada pela 3ª Vara Especializada em Organização Criminosa na última segunda-feira (10).
A investigação teve início após um preso denunciar que estava sendo pressionado a pagar até R$ 600 mil para obter um laudo médico que lhe garantiria o benefício da prisão domiciliar.
O subsecretário de Tratamento Penitenciário, Lúcio Flávio Correia Alves, e os inspetores Thiago Franco Lopes, Aleksandro dos Santos Rosa e Márcio Santos Ferreira foram afastados de suas funções.
Além das medidas de afastamento, o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), com apoio do Grupo de Atuação Especializada em Segurança Pública (Gaesp), cumpriu 10 mandados de busca e apreensão. A Seap afirmou ter sido notificada e garantiu que seguirá todas as determinações judiciais.
O caso veio à tona em dezembro, quando o detento Cleiton Oliveira Meneguit relatou o esquema em cartas enviadas à Justiça. Segundo ele, agentes penitenciários estavam cobrando altas quantias em troca de pareceres médicos favoráveis.
Cleiton, que passou por uma cirurgia bariátrica, tinha direito à prisão domiciliar para recuperação, mas afirmou ter sido retirado da cela duas vezes para receber exigências de pagamento. Ele também revelou que, antes da tentativa de extorsão, já vinha sendo coagido a transferir dinheiro para funcionários do sistema prisional.