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Cuidado com as mensagens recebidas no celular

Evite mensagens de atualização.

Por: Profº Nicanor Fonte: FolhaPE
17/04/2025 às 17h20 Atualizada em 19/04/2025 às 22h56
Cuidado com as mensagens recebidas no celular
reprodução

Entre os golpes digitais mais recentes, um deles tem assustado, há pelo menos dois anos, os usuários de Android no Brasil: é o vírus BRats, um malware que automatiza o roubo de dinheiro via Pix, que chegou a ser detectado milhares de vezes só em 2023

 

O esquema usa um sistema chamado Automated Transfer System (ATS). Ele permite que o golpe aconteça sem que o criminoso precise controlar o celular da vítima em tempo real — o vírus faz tudo sozinho, de forma invisível.

 

Como funciona o golpe?


O vírus infecta o celular com um app falso. É assim que tudo começa. Os golpistas criam aplicativos disfarçados de jogos ou atualizações importantes. Esses apps, disponíveis fora da loja oficial do Android, enganam o usuário para que ele baixe e instale um arquivo com extensão “.APK”.

 

Depois, o aplicativo pede acesso às funções de acessibilidade. Essa é uma função legítima do sistema Android, pensada para ajudar pessoas com deficiência. Nas mãos erradas, porém, ela toma o controle total do celular.

Então, o app começa a enviar mensagens insistentes do tipo “é necessário atualizar”, até que o usuário aceite o pedido de permissão.

O vírus assume o controle e age na hora da transação. Quando a vítima acessa o app do banco e tenta fazer uma transferência via Pix, o malware segue os seguintes passos:

 

Aguarda o momento da transação;

Bloqueia a tela ou simula uma lentidão;

 

Volta à tela anterior no app do banco;

Altera o destinatário e o valor do Pix;

Exibe a tela de confirmação para a vítima digitar a senha — que, sem perceber, autoriza uma transação fraudulenta.

 

Segundo um especialista da empresa de tecnologia Kaspersky, o vírus BRats é tão avançado que consegue fazer uma transação fraudulenta mesmo com o celular da vítima com a tela desligada ou bloqueada. Isso acontece porque, ao receber a permissão de acessibilidade, o malware ganha um nível de controle profundo do sistema.

Apesar disso, os criminosos preferem usar o “redirecionamento” durante uma transação feita pela própria vítima. Ou seja, eles esperam a pessoa tentar fazer um Pix legítimo, e aí o vírus muda os dados da transferência (valor e destinatário) antes que a pessoa confirme. Isso é mais eficiente porque, dessa forma, o vírus não precisa driblar a autenticação por biometria ou senha — já que a própria vítima, sem saber, autoriza a transferência.

 

O golpe costuma acontecer via Pix porque esse é um método de pagamento instantâneo, rápido e muito comum no Brasil. No entanto, o malware também pode realizar transferências por outros meios, como TED ou TEF, especialmente quando o envio é entre contas do mesmo banco, o que também facilita o roubo e dificulta a detecção imediata.

 

Como se proteger desse tipo de golpe?
O vírus BRats é mais um exemplo de como os golpes têm se modernizado. A melhor defesa continua sendo a atenção redobrada e o uso de boas práticas de segurança digital. Para se proteger:

Instale somente aplicativos da loja oficial (Google Play). Nada de APKs duvidosos recebidos por links de WhatsApp, SMS ou redes sociais;

Desconfie se um app pedir acesso à acessibilidade. A menos que seja um recurso realmente necessário, isso é sinal de alerta;

Tenha um antivírus confiável no celular;

Use autenticação de dois fatores (2FA) em seus apps bancários e outras contas importantes;

Antes de confirmar um Pix, revise todos os dados, especialmente o valor e a chave de destino;

Monitore suas transações bancárias com frequência.

 

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