Jorge de Lima (União dos Palmares, 23 de abril de 1893 — Rio de Janeiro, 15 de novembro de 1953).
Foi um poeta, romancista, pintor, político, médico, biógrafo, ensaísta e tradutor brasileiro. Nascido em Alagoas, mudou-se ao Rio de Janeiro em 1930, fazendo de seu consultório ponto de encontro entre artistas e intelectuais da época. Mesmo sendo considerado um grande nome do modernismo brasileiro, sua obra percorre vários movimentos e características. Foi escolhido para receber o Prêmio Nobel de Literatura de 1958, mas faleceu em 1953.
Com grande destaque na poesia, sua obra máxima, a Invenção de Orfeu, é marcada pela diversidade de formas, referências e extensão. Publicada em 1952, procura uma nova forma de poesia em uma ilha utópica, onde propõe a superação do individualismo e hostilidade, abrindo espaço a uma nova ordem: mais solidária e sensível.[1] Nesse seu último livro, o exercício poético se volta para o oceano íntimo, em busca da ilha essencial e inacessível aos poderes que governam o seu tempo e o seu mundo.[2]
Infância em Alagoas
Filho do comerciante José Matheus de Lima, natural de Tacaratu, no sertão pernambucano, e de Delmina, natural de Sergipe. Seus avós paternos foram Alexandre da Cunha Lima e Maria Joana de Lima. Seus bisavós paternos foram Alexandrino Barroso de Lima e Joana Maria de Lima. Foram seus avós maternos Licínio Simões e Joana Simões e bisavós maternos Licínio Barroso Simões e Elvira Castro Simões
Escreveu seu primeiro poema aos 14 anos, O acendedor de lampiões. Passou a infância entre brincadeiras e a observação aguda da região e dos arredores da sua cidade natal. Cursou o ensino básico em União dos Palmares e Maceió, Alagoas.
Faculdade em Salvador
Transfere-se para Salvador em 1908, onde inicia seus estudos em Medicina. Na Bahia, cursa a faculdade de medicina durante cinco anos, transferindo-se para o Rio de Janeiro, em 1914, onde concluiu o curso. Sua tese de doutoramento “O destino do lixo no Rio de Janeiro” recebeu a orientação do médico e poeta Afrânio Peixoto, e foi publicada em 1914. No mesmo ano, publica seu primeiro livro de poemas XIV Alexandrinos, com seu poema de destaque O acendedor de lampiões.
No dia 5 de fevereiro de 1917, em Belém do Pará casou-se com Ádila. Logo após o casamento, retorna a Maceió e se dedica à medicina, literatura e política. Teve dois filhos: Mário Jorge, nascido em 20 de janeiro de 1926, e Maria Tereza, nascida em 13 de abril de 1927. Foi professor e diretor da Escola Normal e do Liceu Alagoano. Em 1919, ganha a eleição para deputado estadual pelo Partido Republicano de Alagoas assumindo a Presidência da Câmara durante dois anos.
Mudança ao Rio de Janeiro
A partir de 1930, se muda definitivamente ao Rio de Janeiro e monta um consultório na Cinelândia, na Praça Floriano, 55, no 11º andar. O prédio que abriga o famoso Bar Amarelinho. Atendia diariamente, das 15h às 17h e morou por um período na Rua Ramon Franco, 48.
Transformado também em ateliê de pintura e ponto de encontro de intelectuais, reunia no consultório gente como Murilo Mendes e José Lins do Rego. A partir de 1935, junto com Murilo Mendes, se aproxima do catolicismo, mas com o passar do tempo sua religiosidade vai cada vez mais se aproximando de uma abordagem da poesia como expressão do divino, num sentido individual e artístico, não propriamente católico.
Em 1935, voltou à vida política, elegendo-se como vereador e em 1948 presidiu a Câmera de Vereadores. Em 1939 passou a se dedicar também às artes plásticas, participando de várias exposições, tendo publicado o álbum de fotomontagem A pintura em pânico. Em 1952, publicou seu livro mais importante, o épico Invenção de Orfeu. Em 1953, meses antes de morrer, gravou poemas para o Arquivo da Palavra Falada da Biblioteca do Congresso de Washington, nos Estados Unidos.
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