A ONU irá examinar a situação da tortura no Brasil, numa sabatina que promete se transformar em um ato de denúncia contra a gestão de Jair Bolsonaro entre 2019 e 2022. O encontro do Comitê da ONU contra a Tortura que ocorre nesta quarta-feira e quinta-feira em Genebra será marcado pelo alerta sobre como, nos últimos quatro anos, o país viveu um desmonte inédito dos mecanismos e políticas de combate à tortura, incluindo aspectos como trabalho escravo e a apologia à ditadura e tortura por parte do ex-presidente. Num esforço para desviar a atenção, o governo Bolsonaro apresentou um informe sobre a situação no país. Mas manobrou para que todas as informações apenas tratassem do cenário nacional até 2018. Ou seja, o desmonte sequer é citado no documento oficial.
A manobra gerou um profundo mal-estar entre os peritos da ONU, cientes de que o gesto havia sido uma tentativa de esconder informações.
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