Em 2024, as temperaturas médias globais alcançaram 1,55ºC acima dos níveis pré-industriais, um patamar recorde impulsionado por níveis elevados de gases de efeito estufa.
Essa nova realidade, registrada pela Organização Meteorológica Mundial (OMM) e cientistas, evidencia o agravamento do derretimento das geleiras e do gelo marinho, causando elevação do nível dos oceanos.
O fenômeno, que se reflete em mudanças drásticas e possivelmente irreversíveis, acontece em um contexto global e acarreta consequências que podem se estender por milênios – mesmo diante de cenários com baixa emissão de carbono.
O relatório anual da OMM destaca que o aquecimento dos oceanos intensifica a perda de gelo em regiões polares, alterando a circulação marinha e impulsionando a elevação do nível do mar.
Entre 2015 e 2024, o aumento médio anual foi de 4,7 milímetros, quase dobrando os dados do período entre 1993 e 2002.
Além disso, a acidificação das águas – especialmente em profundidades – continua em ascensão e pode se tornar irreversível em escalas de tempo que vão de séculos a milênios. Eventos climáticos extremos, como secas, inundações e incêndios florestais, já deslocaram cerca de 800.000 pessoas desde 2008, evidenciando os efeitos devastadores do cenário atual.