Os principais líderes da China pediram, nesta sexta-feira (25), que a comunidade internacional se oponha à "intimidação unilateral" e enfatizaram a importância de reativar o consumo interno em um momento em que as tensões comerciais com os Estados Unidos ameaçam as exportações chinesas.
O Bureau Político do Partido Comunista da China (PCC), o círculo restrito das principais autoridades lideradas pelo presidente Xi Jinping, realizou uma reunião dedicada à economia, informou a agência de notícias estatal Xinhua.
Os líderes abordaram indiretamente a ofensiva comercial lançada pelo presidente americano, Donald Trump, que desencadeou uma feroz guerra comercial com Pequim.
A China deve "trabalhar com a comunidade internacional para defender ativamente o multilateralismo e se opor a práticas unilaterais de intimidação", declararam membros do Bureau Político do PCC, de acordo com a Xinhua.
A guerra comercial desencadeada por Trump aumentou as tarifas adicionais para 145% sobre os produtos chineses que entram nos Estados Unidos. Em resposta, a China impôs 125% sobre os produtos americanos.
Essas tensões podem ter um sério impacto no crescimento chinês, que nos últimos anos foi impulsionado pelas exportações diante da desaceleração do consumo interno.
Críticas à mineração submarina
Neste contexto, os membros do Bureau Político anunciaram sua intenção de "desenvolver vigorosamente o consumo de serviços e fortalecer seu papel na dinâmica do crescimento econômico".
Em uma declaração inusitada, eles também defenderam um corte nas taxas de juros básicas "no momento mais oportuno", o que confirma os sinais enviados anteriormente pelo Banco Popular da China.
O Ministério do Comércio enfatizou nesta sexta-feira a necessidade de intensificar os preparativos.
"É necessário aumentar a consciência política, adotar uma abordagem sistêmica, consolidar as reflexões baseadas em linhas vermelhas e cenários extremos, com forte foco na prevenção e mitigação dos riscos comerciais", alertou em nota.
A China também reagiu à decisão de Trump de aprovar a mineração em águas profundas, tanto nacionais quanto internacionais.
Esta decisão representa um desafio à Autoridade Internacional dos Fundos Marinhos (Isba), um organismo afiliado às Nações Unidas que tem jurisdição sobre o leito marinho em alto-mar sob acordos que, no entanto, Washington nunca ratificou.
"A autorização dos Estados Unidos (...) viola o direito internacional e prejudica os interesses gerais da comunidade internacional", disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Guo Jiakun, em resposta a uma pergunta da AFP.