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Pressão da UTI tem feito médicos e enfermeiros pedirem demissão

Médicos e enfermeiros estão cansados

18/04/2021 às 17h02
Por: Antonio de Pádua Fonte: IG
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Camilla Veras Mota - Da BBC News Brasil em São Paulo ‘Pressão da UTI tem feito meus médicos e enfermeiros pedirem demissão’
Camilla Veras Mota - Da BBC News Brasil em São Paulo ‘Pressão da UTI tem feito meus médicos e enfermeiros pedirem demissão’

Localizado no bairro Cidade Tiradentes, no extremo leste de São Paulo, hospital Santa Marcelina trata há mais de um ano pacientes graves com covid-19. Hoje, 80% estão intubados.

 Quando o médico intensivista Bruno Nunes fala que tem trabalhado "sem descanso" há pelo menos um ano, não é força de expressão.

Ele coordena a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Santa Marcelina, hospital de referência no extremo leste da cidade de São Paulo, que atende a uma população de cerca de 5 milhões de pessoas, tanto pelo SUS quanto por meio de convênios e particulares.

Desde que a pandemia começou, não tirou um dia de folga.

 

colapso do sistema de saúde no Brasil criou mórbidas filas de doentes que precisam de leitos nos hospitais. Do outro lado dessa equação estão médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem pressionados, exaustos.

"Nunca vimos antes tanto burnout , tanta síndrome do pânico, tantos afastamentos laborais, tantas férias como agora nesse último ano. Os profissionais estão desgastados , não se sentem valorizados pela política de saúde", diz ele.

A média de plantões por mês entre os médicos da UTI subiu de 4,6 para 7,9 e o absenteísmo médico (percentual dos plantões feitos por coberturas, e não pelo profissional oficialmente na escala) saltou de 2,5% para 16%.

Nunes trabalha há 8 anos no hospital. Nunca membros da equipe pediram para sair tanto quanto agora . E não apenas médicos, mas também enfermeiros e técnicos de enfermagem, que em geral têm uma remuneração mais baixa, têm preferido ficar algum tempo sem trabalhar do que voltar para o que tem sido o dia a dia da UTI.

Entre a equipe médica foram 41 desligamentos nesse período. Dos 115 que hoje fazem parte do grupo, 39 estão ali há um ano ou menos. "O início da pandemia foi marcado por muita conversa", diz ele.

"A rotina de trabalho deles mudou abruptamente, o perfil do doente mudou, era uma doença nova, que não sabíamos como tratar. Isso causava muito pânico no profissional de saúde."

Com o tempo, a preocupação e o medo foram dando espaço para o cansaço e o estresse.

"Isso gera hoje um ambiente muito mais tenso. Por mais que os profissionais tentem conversar e se apoiar, eles estão muito cansados."

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