Uma investigação conduzida pela equipe criada pela ONU para apurar os crimes na Venezuela concluiu que o governo de Nicolás Maduro implementou uma repressão "sem precedentes" depois da eleição de 28 de julho.
O documento está sendo apresentado nesta terça-feira (17) aos governos do Conselho de Direitos Humanos da ONU. Trata-se da apuração mais ampla já realizada sobre a situação venezuelana, desde que eleição no mês de julho foi concluída sem a apresentação das atas das sessões eleitorais, a declaração por parte de Maduro de sua suposta vitória e a fuga do candidato da oposição para a Espanha.
A missão concluiu que existem indícios suficientes para apontar que Maduro está cometendo crimes de perseguição por motivos políticos, além de crimes contra a humanidade que já tinham sido registrado anteriormente.
"O governo da Venezuela intensificou drasticamente os esforços para esmagar toda a oposição pacífica ao seu governo, mergulhando a nação em uma das mais graves crises de direitos humanos da história recente", disse a Missão Internacional Independente de Apuração de Fatos da ONU.
"As violações e os crimes documentados, incluindo o crime contra a humanidade de perseguição por motivos políticos, não são atos isolados ou aleatórios, mas parte de um plano contínuo e coordenado para silenciar, desencorajar e anular a oposição ao governo do presidente Nicolás Maduro", diz o relatório.
"Estamos testemunhando uma intensificação do aparato repressivo do Estado em resposta ao que ele percebe como pontos de vista críticos, oposição ou dissidência", disse Marta Valiñas, presidente da Missão de Apuração de Fatos.
"Embora isso seja uma continuação de padrões anteriores, que a missão já caracterizou como crimes contra a humanidade, a recente repressão, devido à sua intensidade e natureza sistemática, representa um ataque muito sério aos direitos fundamentais do povo venezuelano, cometido apesar de vários apelos dentro e fora do país para respeitar os direitos humanos", explicou.
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