O Talibã deu um passo importante na restrição das liberdades das mulheres ao determinar, no sábado (7), que as afegãs usem em público um véu que as cubra da cabeça aos pés, de preferência uma burca, símbolo da opressão no país.
Em um decreto publicado hoje, Hibatullah Akhundzada, chefe supremo do Talibã e do Afeganistão, ordenou que as mulheres cubram completamente seus corpos e rostos em público, dizendo que a burca é a melhor opção.
"Terão que usar um xador [termo usado para a burca] porque é tradicional e respeitoso", ordena.
"As mulheres que não são nem muito jovens nem muito velhas terão que cobrir o rosto quando estiverem na frente de um homem que não seja membro de sua família", para evitar provocações, especifica o texto.
"Se não tiver algo importante para fazer fora, é "melhor que fiquem dentro de casa", acrescenta.
O decreto também detalha as punições a que estão expostos os chefes de família que não impuserem o uso do véu integral.
Desde o retorno do grupo fundamentalista islâmico ao poder em meados de agosto, o temido Ministério para a Promoção da Virtude e Prevenção do Vício publicou várias ordens sobre como as mulheres devem se vestir. Mas este é o primeiro decreto nacional sobre o assunto.
Até agora, o Talibã exigia que as mulheres usassem pelo menos um hijab, um véu que cobre a cabeça, mas deixa o rosto descoberto, enquanto recomendava o uso da burca.
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